O carnaval e eu, eu e o carnaval.

Eu nasci em salvador. As minhas primeiras lembranças da festa são de minhas primas mais velhas cortando as antigas mortalhas (não era abadá) pra sair nos blocos (mas eu era bem pequenininha viu? rsrsrs). Ficava louca de ansiedade pra chegar minha vez.
Com 13 anos tive o meu primeiro carnaval. Enlouqueci!! A partir daquele, ficava o ano inteiro esperando o próximo. Eu e um monte de primos e amigos. Ficávamos confabulando na casa de quem a gente ia dormir, o que a gente ia comer, comprávamos roupas, tênis novos, íamos no salão retocar a tinta do cabelo.... E foi assim por muitos anos.
Se alguém me dissesse naquela época que um dia eu deixaria de sair no carnaval eu riria muito alto, e ia dizer q a pessoa era louca!!
Antes de namorar com Leo teve o meu ex namorado, com quem eu namorei por quatro anos. Ele gostava de viajar, mas eu tinha q ir um dia na rua, senão eu morria.... E ele ia comigo, depois eu viajava com ele. Ficava bem na viajem, é claro. Mas não podia ver uma TV ligada mostrando a festa que ficava meio que com saudade do meu carnaval. Fugia delas.
Ai depois dos quatro anos de namoro, ele terminou comigo logo depois de um carnaval. Depois de muito sofrer com o fim do namoro, me toquei que eu poderia curtir o carnaval todinho do ano seguinte como antes!!! Então juro, comecei a me preparar faltando uns oito meses, ansiosamente para o que eu chamava carnaval do ano, chamava de “o retorno”.
Malhava pro carnaval, guardava dinheiro pro carnaval, não queria um novo namorado por causa do carnaval.

O carnaval chegou. Mas não foi a mesma coisa. Não senti o que sentia antes, foi cansativo.
Eu já conhecia Leo nessa época, mas ele sabia que eu queria curtir o carnaval, e não namorávamos.
Meu namoro com Leo ainda demorou mais ou menos um ano pra se firmar, e no meio desse tempo, ainda tive mais um carnaval. Foi o ultimo. Na quarta feira de cinzas tudo o que eu queria era ir pra casa. Estava enojada.

Não vou dizer que sou santa, mas nunca sai beijando a torto e a direito, preocupada com a estatística de beijos, contando o numero de homens beijados no dia. Nunca fiz isso. Aliás, nenhuma das minhas primas e amigas também não. É claro que a gente namorava, beijava. Mas conhecíamos os rapazes. Trocávamos telefone, sabíamos o nome, marcávamos pra encontrar no outro dia do bloco... Enfim.
Não quero aqui ser moralista, nem hipócrita. Cada um faz o que quer, quando quer, onde quer. Estou falando por mim. Estou aqui dizendo a minha opinião. Hoje o que penso do carnaval tem muito haver com a religião que sigo, aliás com a religião não, com o Deus que sigo. Sei que Ele não se agrada do que acontece nesses dias, dessa liberdade que é pregada a todo custo.
Não precisa ser crente pra sentir que tem algo de muito errado nessa festa. Não precisa ser crente, pra se escandalizar com o sexo livre, o sexo sem saber o nome do parceiro, com a bebida exagerada, com a promiscuidade evidente e clara.
Sei que é possível curtir o carnaval sem ser promíscuo e até sem por uma gota de álcool na boca, eu já curti muito assim, como já disse. Mas a Aline de hoje escolheu não fazer parte disso. Eu escolhi ficar de fora.
Tem gente que ate hoje não acredita, mas eu não sinto a menor falta, não faço a mínima questão de estar de novo naquela festa.

Adorei o meu feriadão ao lado do meu amor. Filminho, pipoquinha, beijos, carinhos, risadas...

Carnaval??? Oi??? Onde??? Nem vi.